Um estudo realizado pela Secretaria Municipal de Transportes do Rio (SMTR) traduziu em números as dificuldades de quem utiliza o transporte público rodoviário na cidade. Segundo o levantamento, apenas 48% da frota do BRT está em condições de rodar, enquanto que somente 40% da frota de ônibus comuns foi vista nas ruas.
No sistema BRT, apenas 199 veículos estavam em condições de rodar, 48% da frota de 413. Além disso, 47 estações estão inoperantes, algumas por vandalismo e outras por não terem reaberto depois de fechadas preventivamente durante a pandemia.
Entre os ônibus comuns, apenas 40% da frota foi vista nas ruas da cidade do Rio, enquanto que o contrato de concessão exige que pelo menos 80% da frota estipulada esteja circulando. A situação mais grave foi observada na Zona Oeste, coberta pelo consórcio Santa Cruz, que teve 27,9% da frota nas ruas. Na Zona Sul, o Intersul colocou 35,6% da frota em circulação. Na região da Barra e de Jacarepaguá, coberta pelo Transcarioca, 46,1% da frota circulou. Na Zona Norte, o Internorte rodou com 47,8%.
No período pesquisado, um terço das linhas de ônibus do Rio não foi às ruas sequer uma vez.
Crise é grave
O setor de transporte público vive uma grave crise no estado do Rio, impulsionada pela redução no número de passageiros durante a pandemia. No BRT, por exemplo, os três corredores (Transoeste, Transcarioca e Transolímpica) transportam hoje 170 mil passageiros por dia, contra 330 mil antes da quarentena.
Os empresários também reclamam da concorrência com o transporte alternativo irregular – especialmente das vans – e com os serviços particulares de aplicativos.