Os hospitais da África do Sul haviam sido preparados para receber centenas de pessoas infectadas com coronavírus. Mas os médicos foram gratificantemente surpreendidos. Nas últimas duas semanas, o país passou por uma situação excepcional que os profissionais de saúde ainda não conseguem explicar: uma queda brusca e inesperada na taxa diária de novas infecções. O país tem pouco mais de 700 infectados.
Até o momento, contrariando a maioria das previsões, os hospitais sul-africanos permanecem tranquilos: o "tsunami" de infecções que muitos especialistas previram não se concretizou. Pelo menos, por enquanto.
"É meio estranho, misterioso. Ninguém sabe ao certo o que está acontecendo", diz Evan Shoul, especialista em doenças infecciosas de Joanesburgo.
Os especialistas em saúde alertam, no entanto, que é muito cedo para interpretar a falta de casos como um progresso significativo no combate à epidemia e estão preocupados com o fato de que isso pode até mesmo gerar um perigoso sentimento de complacência.
por isso, seguem com as medidas preventivas. Leitos e enfermarias estão prontos para receberem pacientes, cirurgias não urgentes foram remarcadas e ambulâncias foram equipadas, enquanto equipes médicas ensaiam protocolos sem parar e autoridades de saúde passam longas horas em reuniões pela internet preparando e ajustando seus planos de emergência, que todos esperam não colocar em prática.