Apoiadores do presidente resgataram hoje uma grave denúncia do ex-ministro da Fazenda do governo Lula e da Casa Civil de Dilma Rousseff, Antônio Palocci. O objetivo parece ser justificar o mau desempenho de Bolsonaro em pesquisas de intenção de votos para as Eleições 2022.
Em 2019, em acordo de delação premiada, Palocci disse que um acerto de propinas com a empreiteira Andrade Gutierrez bancou pesquisas eleitorais para o PT em 2010, quando a sigla já havia definido a ex-ministra Dilma Rousseff como candidata à sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva.
Na época, Palocci disse que o esquema, que teria se estendido até 2012, nas eleições municipais, não tinha por objetivo fraudar as pesquisas, produzidas pelo instituto Vox Populi, e sim ocultar recursos de corrupção em serviços que eram de interesse da campanha do PT.
O ex-ministro declarou que "as pesquisas que não eram favoráveis ao PT eram mantidas sigilosas, ao passo que pesquisas favoráveis eram amplamente divulgadas ao público". Os contratos entre a empreiteira e o instituto chegaram a um valor de R$ 11 milhões.
A deputada federal Carla Zambelli, defensora do governo Bolsonaro, questionou seus seguidores nas redes sociais. “Alguém acredita?”, perguntou a parlamentar ao compartilhar uma imagens com três manchetes:
“Bolsonaro perde de Haddad por 45% a 39% no 2º. turno, diz Datafolha” (Veja 2018).
“Pesquisa Datafolha para presidente: Lula tem 48%; Bolsonaro, 27%; Ciro, 7%” (CNN 2022).
“Propina era paga para ocultar pesquisas negativas contra o PT, diz Palocci” (Correio Braziliense 2019).